Uso indiscriminado de psicotrópicos por usuários assistidos na atenção primária a saúde: uma revisão integrativa da literatura

Resumo

Os medicamentos psicotrópicos correspondem a drogas que atuam no Sistema Nervoso Central (SNC) e que podem levar a dependência, pois agem produzindo mudanças no comportamento, percepção, pensamento e emoções, modificando a maneira de agir, pensar e sentir. São prescritos a pessoas que sofrem de transtornos emocionais e psíquicos ou aquelas com outros tipos de problemas que afetam as funções mentais. Os psicotrópicos estão entre as classes de medicamentos mais prescritas nos Estados Unidos e na África do Sul. Tal fenômeno parece ser mundial, visto que estudos realizados em outros países demonstram altas taxas de sua utilização. Avaliar as evidências disponíveis na literatura sobre o uso indiscriminado de psicotrópicos por usuários assistidos na Atenção Primária à Saúde (APS). O presente estudo seleciona-se como método um dos recursos da prática baseada em evidências, a revisão integrativa da literatura, a qual possibilita a síntese e a análise do conhecimento científico já produzido sobre o tema investigado. Como estratégia para uma boa estruturação do objeto investigado, foi utilizado o mnemônico PVO, nesse caso “P”: (Population), relacionado à “Usuários da APS”; “V” (Variables): “Psicotrópicos”, e “O”, (Outcomes), referindo-se ao “Uso indiscriminado/abusivo”. A busca dos materiais científicos foi realizada utilizando as principais bases de dados e bibliotecas virtuais como a “PubMed/MEDLINE”; “CINAHL”; “LILACS/BDENF; “SciELO. Foram encontrados um total de n: 32 artigos, que após passarem pelos critérios de elegibilidade, foi obtida uma amostra de 13 estudos para a revisão integrativa. O uso inadequado de psicotrópicos constitui um grande problema de Saúde Pública. O estudo aponta alguns resultados já discutidos na literatura, como: a falta de preparo e capacitação científica dos profissionais nos atendimentos aos usuários de drogas psicotrópicas e a existência de barreiras para iniciar e manter o tratamento adequado. As principais complicações do uso são: dependência, ataques de pânico, quadros depressivos e esquizofreniformes, síndrome amotivacional com apatia, diminuição da energia e motivação, diminuição da capacidade cognitiva. Sendo assim, é possível concluir que a atual medicalização da sociedade traz impactos graves, que tornam necessário uma promoção do uso inteligente e coeso de medicamentos e o combate ao uso indiscriminado dessas drogas.